Powered By Blogger

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O fim do feijoeiro... O príncipio de uma nova Era

Pois não... Abateu-se ainda esta tarde um violento sopro pela casa. "O MEU FEIJÃO!?", e assim se quebrou o solene silêncio das paredes da casa. Escusado será dizer, que a violência que me abalou os ouvidos, proveio directamente e sem qualquer intreferência da boca da minha irmã que gritava a pulmões abertos aos sete ventos o desaparecimento daquela velha carcaça que jazia cheia de bolor no vaso junto da janela. Assim como a primeira onda de choque surgiu, não tardaram as réplicas sem periocidade aparente. Apenas constantes e intrecalando-se umas às outras.
Após a fúria momentanea, um silêncio constrangedor teve lugar por entre as placa de madeira do soalho.
Juro não saber onde é que a minha mãe arranjou coragem para ripostar a tal ataque, de nível titânico. "O feijão foi para o lixo. Já estava morto, mas guardei as vagens para plantares outro. Fui deita-lo ontem ao lixo"
Por momentos até eu fiquei estático, e na calma dos meus pensamentos gritava
" O que é que tu foste fazer?! ".
-Tu deitaste o meu feijão fora?!- dizia a minha querida irmã com um ar de incredulidade fulminante- sim...- replicou a minha mãe quase friamente-Estava podre, morto e cheio de humidade. Já não estava ali a fazer nada.
Cruzes credo! Nunca vi tamanha ousadia! Deitar a degradada carcaça velha do feijoeiro da minha irmã fora por ser efectivamente uma carcaça velha? Não se faz.
Mas ai, ainda estava o maior choque para vir. A minha mãe olhava-me sentado no sofá, pelo canto do olho, como quem pede auxílio para algo que ainda esta para vir, e aí... aí caiu o carmo e a trindade e os santos todos- "Mas plantei lá um dente de alho a semana passada que está a crescer a olhos vistos e estava  ir contra um dos ramos do feijoeiro. Assim já tem mais espaço para crescer...- Caiu-me o queixo nos pés. A minha irmã estava a entrar numa erupção explosiva catastrófica com violentas nuvens de cinza e bombas a montes. e puf!
Começou uma crise da adolescência. " Eu quero o meu feijão de volta!! O que é que tu fizeste ao meu feijão sua... sua... assassina de feijoeiros! O meu querido feijão! Que eu tratava todos os dias! À um ano!". Neste momento achei que o olhar desesperado por ajuda da minha mãe não podia continuar a ser ignorado e como quem não quer a coisa lancei para o ar - O Feijoeiro já tinha tido os seus dias de glória. Agora era só uma carcaça castanha em decomposição lenta na cozinha...- mas fui imprudente em não acrescentar que era uma linda carcaça embora putrefacta. Caiu-me o mundo em cima. Os berros latentes nos ouvidos, furiosos- Como é que podes dizer isso! Cá para mim consentiste com isto traidor! O meu feijão tratava dos filhinhos e dava-lhes abrigo e companhia!- enchi o peito e preparei uma boa resposta que foi pior emenda que soneto - O feijoeiro não estava mais do que a apodrecer os filhos com ele. Fizeste bem mãe. - óbivo que me saiu o tiro pela colatra. A minha coragem e o ar dos pulmões desapareceu com o olhar matador da princesa em fúria, que com gosto me teria estrangolado se não fosse isso um acto típico de alguém que tem uma grande falta de nível.
-Aí é assim?!  Vou deitar os cigarros da mãe fora! - Ideia do meu pai que permanecia encostado à ombreira da porta com um sorriso de gozo na cara.
Mais ataques se seguiram, mas o que importa absorver é que não foi recuperado nenhum cadaver de feijoeiro e que os cigarros permaneceram viciosos na mesa da cozinha.
Já o alho parece ter gostado da decisão de enterrar o velho mestre, para assim ele poder prosperar.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Nuvem Negra

Em noite da plena, deitado em mais um spot habitual, de olhos postos no infinito enbaciado do céu cinzento das nuvens carregadas de água, prevejo a chuva. Talvez para as onze... talvez para a meia noite... talvez para amanhã... talvez para um dia destes... talvez para daqui a cinco minutos, ou... talvez não seja este o meu talento.
Metereologia soa a secante.
Ainda que sem saber de metereologia espero a condensasão do meu desejo, que chova.
Que este se precepite no meio de chuva miudinha e, a transforme, em gotas fortes e pesadas. Mil, um Milhão, um Bilião. Mas que chova a bom chover.
Assim, posso retomar corridas loucas perdido algures num santuário, de um santo no qual não sou devoto.
Retomar o sorriso molhado pelas infinitas gotas que me cortam o rosto, e me ensopam até aos ossos.
Que venha a chuva, e o granizo.
Que venha a chuva que, me apagou isqueiros, desesperos e saudades.
Que chova em toda a sua força, a pura água, que me limpe a alma, do que falta limpar.
Que o céu se encubra, e que pese sobre os meus ombros, num humido calor que mira ao longe a tempestade.
Que a água se precepite das nuvens.
Que a água caia sobre mim na simples felicidade de cada gota propositada. Que me traga o que ainda me falta, que me lave do que é demais.
Portanto, tu, óh negra nuvem que pintas o céu de um cinzento lunbrege, acalma-te sobre mim. Descarrega em mim, lança-me a tua ira, e faz pingar cada pouco por pouco que seja. Se vai ser um dia de chuva, não terei onde me esconder. Não me quererei esconder.
Neste sítio tem a água tanto para limpar. Tanto anjo caiado esperando num porgatório para ascender ás prodfundezas do sol depois de tu grande nuvem partires.
Apenas com o acenar de adeus, tanto eles como eu, como toda a porca e sarnosa realidade, poderão ter a sua glória de volta. Espero que este tenha de ser o meu último adeus às gotas que em tempos também a mim me consomaram a felicidade à chuva deixando cair gotas aleatoriamente entre beijos apaixonados.
Vem e lava também isto de mim.
Vem e lava tudo. Eu e eu iremos contruir um bom eu. És a mudança tão desejada. Tu podes dar-me este último adeus. Não pares a chuva até que mesmo com ela eu veja finalmente o teu historiado céu. Mar de estrelas. Sem eco nem fundo.
Já declarado a ti, e prestes a ser socorrido pela futura chuva, espero. Que me inundes na tua sabedoria de saber ser feliz. Até me irregelares até aos ossos com isto, Nuvem negra não pares a chuva!

domingo, 9 de janeiro de 2011

Crónica nascente

1, de Janeiro de 2011-5h 38min
Saudades de vir aqui escrever qualquer coisinha. Para variar um bocadinho, hoje não trago o meu mundo às costas e a tristeza no olhar. Acho que pela primeira vez na minha vida me proponho a escrever sem a dita inspiração. Sem empurrãozinho. Sem acalentar a típica melancolia que escorre frases a abarrotar de floreados e figuras de estilos.
Hoje venho nada mais nada menos que partilhar a minha felicidade e orgulho de ter sobrevivido aos últimos precalços que não foram assim tão poucos nem pequenos.
Já despedido do passado, e sem mais guerras com o agora estou pronto. Estou pronto, quase como se assim tivesse nascido. Chegou finalmente a força que me faltou. Atrasada... Mas isso é... completamente indiferente.
Mais vale tarde do que nunca. Estou pronto.
É provavel que com isto destrua a minha reputação de razoável lírico, e que apenas me digam: "está giro"- quando me der ao habitual ritual de crescimento pessoal que é a recolha da prezada opinião dos meus mais amados críticos. Teresinha sê simpática por favor.
Levarei o meu tempo a conciliar a antiga inspiração com o novo regime. Mas nada que o tempos não resolva.
Após três meses de crise, já não oiço a voz do passado. A chamar pela minha pessoa desesperadamente. Que fiques onde pertences. O presente é só para pessoal autorizado e contemporâneo.
Após três, meses de batalhas, guerras cerradas. Perdas e auto-mutilação mental constante. Lanço lenços brancos à fogueira, e sei que arderão a bom arder. que não me voltem a amaldiçoar os bolsos. Então saio á rua e de peito aberto no presente. Grito, a pulmões abertos a prometida liberdade. Finalmente sei, que aqui também posso ser feliz. Basta canalizar a recém-chegada força para as mais nobres causas. Chega de barroquismos, e romantismos. Embora seja por natureza um romântico, sei que a perfeição que sonho atingir, terá de esperar. Chega de asceses e insónias pensativas.
Estou pronto para aterrar por mim mesmo.
Declaro-o aqui,
agora.
para manter,
até ordem em contrário.
Bem vindo 2011