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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Grito do Ipiranga

Hoje, esta noite, a próxima noite, a a seguir ou a próxima, ou qualquer uma, o propósito e a motivação é sempre o mesmo sonhar. Sonhar pelo simples prazer de sonhar. Sonhar pelo simples prazer de saber, que vivo... hoje amanhã depois, a diante...
Não só pela noite, pelo dia, ou com o raiar do sol da madrugada, de qualquer madrugada... Desde que me mantenha alto... Celeste, numa imensidão azul, na qual não há eco nem fundo. Onde sou eu e uma viciante queda livre, na imensidão, na incerteza, em mim. Sem querer nem precisar de chegar a um chão que farei pelo simples prazer de fazer, desaparecer.  Nas minhas vulgares pertenções de abdicar da realidade para imaginar algo melhor. Nada díficil, nada fácil, nada impossivel, nada pertinente, nada real... Tudo, tudo, tudo o que gosto de fazer. Cidadão do mundo, sem amarras nem países, sem pertencer, nem ter pertences. Estou só de pasagem, e premanecerei só de passagem, essa é a minha religião, venerar a divindade, a minha dinvidade, a minha liberdade, sonhadora, e completa. Sem eira nem beira.
Mais presente à noite, em que nem me apercebo, de que o poder jaz silenciosa nas minhas mãos. Afinal, quando nasci, nasci selvagem e não era de ninguém. Dizem os resistêcia, actuais delfins. eu pertenço a mim, mais que a um passado. Distraiam-me do passado então.
Foi nessa mesmo música que me inspiro agora. Lamento despedaçar esperanças, mas eu sou só meu e de mais ninguem. Este é o meu grito do Ipiranga. Embora não seja D. Pedro V nem tão pouco algum D.João. Hei de reinar sempre, sobre mim. Embora todos saibam que assim é e continuarem a ter a pertenção de mudar-me. E se isso os faz felizes, lá estou eu plácido, e incredulo, a fazer alguém feliz, por meros instantes. O que conta é a intenção.
Venham então, noites. Com o vosso misterioso rosto, escondido na penumbra. Trazer a loucura de sonhar. A loucura da loucura, o amor, de tantos casais perdidos entre lençóis ou em vulgares mesas de restaurante, com a vela acesa junto do saleiro.
Vem noite, e leva-me nesse teu eu por descobrir, do qual não me lembrarei quando abrir os olhos. Leva-me e trás-me só quando me prefizeres um contentamento vitalício. Vem e retorna-me. E por tudo, não deixes de vir. Não deixes de retornar. Não me abandones, quando tudo o que preciso é ... de sonhar.
Lua, esquece-te de cair do Céu.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Até que a morte nos separe

Hoje venho aqui, falar de alguém. Alguém que vale a pena conhecer. Alguém que não vos deixará para trás. Jamais, em que situação alguma ou ocasião possivel.
Beatriz Lopes, minha irmã de armas. Peço-te desde já desculpa, pela minha forma desnaturada de agir como amigo secreto. Devia ter-te comprado um mimo qualquer, nem que fosse só para não entrar na sala de mãos a abanar, na troca de presentes. Mas pronto, sempre eu, sempre insensivel em relação a algumas coisas. perdoa-me por ser um bocado besta. Mas chega de mim.
Beatriz Lopes, BEA BEA BEA BEA! Como diria o nosso querido sargento. Venho por este meio informar o mundo o quão estou grato por existires. Na minha vida em particular.

Portanto relembro uma das situações que mais me tocou, uma das situações em que a tua sempre afável presença teve o poder de fazer a diferença.

Foi à uns dias atrás, relembrar-te-ás de certo bem. Um verdadeiro amigo nunca esquece, e tu verdadeira amiga, nunca esqueces.
Nessa tarde, tarde em que faltamos, por acidente às Olímpiadas(eidas) do Ambiente, andava eu macambúzio e melancólico quando três entramos na biblioteca. Instalamos-nos numa das mesas com computador, de costas para a porta.
Nessa manhã sei ter-te falado de um novo texto, que se resumia, a um apelo desesperado por uma intervenção divina. Tu sabias que no mundo, meu, algo não estava bem, se bem que não era difícil de perceber.
Sentados em frente ao monitor o leste, calma e serena... A tua cara tinha um certo espanto, penso eu. Quando acabas-te de ler, disseste já com a tua voz usada nas ocasiões solenes; "está espectacular".
Abri então a caixa dos comentários. O único que lá permanecia, desde o dia anterior, era ainda novo para mim... Não sei como percebeste, que dentro de mim, algo estava a apertar-se; mas confesso nunca ter visto ninguém a solucionar a situação de tão eloquente maneira. Quando corroía internamente, quase à beira do colapso, que vislumbravas como o céu azul num dia de verão, pousaste a mão no meu ombro.
Não sei como nem porquê... mas salvaste decididamente algo de mim.
A minha avó diz que os verdadeiros amigos, se conhecem ou na cadeia ou no hospital...
Que enquanto está tudo bem, qualquer um é um grande amigo... mas que quando o céu se enche de nuvens apenas os reais ficam...

Obrigado, por ao fim de um ano e qualquer coisa, te manteres real...
Depois de tanta loucura, tanto reagge, tanto fumo e tantas gargalhadas, nada mudou. Provavelmente irmãos desde o primeiro dia.
em tempo de revolução, ou paz, andamos, arrastamos-nos, ou corremos para algo novo ou errado... Não me esqueço por minutos com quem posso contar, com quem posso cantar, a quem posso pedir lume, ou apoio.
Obrigado por tudo... Sem nada mais a pedir minha irmã senão continuação.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Triste Regresso

Hoje, foi um dia muito não. Conheci o desespero a uma diferente escala, prisma, ou força. O termo é irrelevante, hoje não quero floreados. Rezo apenas para cair na cama e dormir toda a noite sem parar; repito, sem parar! Não me importaria de certo que não acordasse amanhã, nem no dia seguinte. Ainda me zumbe aos ouvidos os gritos de revolta, que nunca chegaram a ser convertidos em voz alta e clara. Os meus olhos, raiados de sangue, incapazes de se encher de lágrimas, apenas querem morrer por hoje. Até os portos de abrigo se fecham por vezes. Para mim, não só eles, mas todo o mundo se trancou a sete chaves, para que com toda a sua pujança e poder fizesse uma formiga superar-me em tamanho e espírito.
Nem mesmo elas terão dificuldades ínfimas em esmigalharem-me, sem precisarem para isso de se esforçarem. Decerto nem se darão conta... E neste estado não terão também as malvadas saudades da minha presença, tantas vezes monstruosa e ameaçadora para minúscula e empenhada colónia.
Sofoco então em pragas por praguejar, a um mundo que odeio com todas as forças neste dia de luto.
Aquele que sempre bravo e empreendedor soube desvendar caminhos, com ou sem ajuda. Nada mais deseja agora que terra para cair, inerte. Por muito carácter que tenha, isto supera-me a mim, assim como penso que diminuiria qualquer ser, por mais dura que fosse a sua casca.
Mal-vindo meu velho conhecido desespero. Já não te vislumbrava à tempos, mas vesse que foste bem nutrido, ou não terias tão grande estatura. O teu regresso em força, teve efeitos impensáveis.
Por fim me senti  tão mais que tentado a depor as armas e acenar-te com o lenço branco que nunca usei. Pediria ajuda, se de algo servisse. Rezaria, se em algo acreditasse. Restauraria a fé, se algo me parecesse valer a pena.
Desistir, é a palavra que acabei de conhecer, e que cada vez me parece mais aplicavel, a antes tão batalhador ser. E só não o será, porque além de guerreiro, o orgulho cego continua a correr-me nas veias. Mal se pode chamar orgulho, mas é só para não lhe chamar teimosia. Porque com tal abalo, até esse gigantesco orgulho ficou reduzido a farrapos.
Passo então a mão pelo cabelo e com a mente estatelada no áspero, frio e cristalino real, imploro o fim da guerra.
Deste modo não serei mais capaz de continuar. Não é uma guerra em que me possa bater valentemente. Nem tão pouco, bater-me. É um caso perdido. Mas nunca o darei como tal. O maior cego é o que não quer ver. E eu não quero. A visão de um campo de batalha em que tanto se perdeu, não merece ser admitida real. Não vale a pena.
Nada hoje vale a pena. Nada hoje traz um sorriso para me atirar à cara.
Hoje não canto, nem danço, nem escrevo o que sou, mas no que me tornam.
No fim, sei que a força, está em mim. Mas já não sei como a usar mais.
Então empunho ironicamente a espada com a mão esquerda, e ainda no bolso agarro o lenço com a direita.
Só permanece a questão, esta sim épica em todos os sentidos.
Conseguirei usar algum dos dois? Ou o futuro que levo nos braços passará a ser uma incógnita de impossível descoberta?
Desespero, nunca tiveste tal tamanho.
João, nunca te sentiste tão débil.
Desistir, nunca foste opção.
Honra, porque insistes em sustentar-me?
E agora?
E depois?
E no fim?

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Átomo da liberdade

Que me tens a dizer? Falas em ecos de liberdade. Pois bem os espero. Devo sentar-me por ventura; não vão esses ecos chegar apenas num longo breve futuro.
Pois bem me sento e os espero, haverá de certo quem os leve pendurados ao peito, tal e qual peças de alta joalharia. Ah... que visão de poesia...
Oxalá não se deixe tal preciosidade cair em mãos erradas, ou circular por entre bancas do mercado negro. Oxalá, se cantem louvores a esse brilho que os pobres levam ao peito, e eu, mais pobre que eles, levo no coração. Ou não fosse o pobre que de entre os pobres tem uma maior ascensão à riqueza, simplesmente por descobrir o sítio certo para o átomo da liberdade.
Afinal o ser prosista tem de ter lugar em qualquer elite secreta; um grupo de alquimistas quem sabe? Que fascínio seria. Pois por certo que seja o que for, aqui contínuo sentado, esperando ansiosamente pela sua chegada. Enquanto me dizes que não tarda, franzo o sobrolho, e confesso questionar-me internamente se esse prodígio algum dia chegará.
E então o vejo e pergunto:
Mas que tens para me cantar? Nada de novo? Anda lá meu bem. Canta algo de novo, mata-me e reencarna-me e trás daí esse átomo com poderes mágicos. Curioso de tudo ansio cada vez mais para sentir que algo me muda para melhor. Canta então... Sabes que já cá está a pedra preciosa que me fará livre e feliz. Porque tardas os seus efeitos não sei... Canta por favor...
Só me fará bem ouvir o sim da liberdade. Não por ser prisioneiro, mas por ser prisão... Emancipa-te e canta.. sem medos, nada nos parará a partir do momento que tal energia atómica se espalhe, contagie o mundo em redor, com o mesmo sorriso com o qual me cito a mim mesmo.
Anda lá. Por favor, fá-lo chegar rápido... Já se viu que até um descrente como eu crê na liberdade. Crê em ti.
Portanto, trá-lo a mim. paremos o tempo aqui, na nossa pertenção infantil de querer ter mãos de deus, e afinar o que já tantos nos tentaram cantar.  Que final épico, em que me cantas por fim, já não aqui resido...
Voo então, plano numa imensidão azul, ou negra, a escolha é minha... Sou pirata, mago ou alquimista, descobridor, negociante, escritor... a meu gosto e a meu tempo...já lhe apanhei a letra viste?
Não há mais de escravo ou pobre em mim... só de homem, homem livre. A realidade é da cor que a pintamos, e se me deres óleos e pincéis hei de pintá-la com as cores da esperança, com as minhas cores.
Nada mais de sacrifício, nada mais de submisso.
Porque tu és, os meus ecos de felicidade. Minha querida, mascarada liberdade.
Sou feliz por ti ... meu som de redenção.

Pai relógio

Onze e meia da noite, dia 12 de Dezembro de 2010. O tédio habita, à falta de inspiração já se juntou à tempos uma certa melancolia, e acaba de chegar o seu caro amigo, nostalgia...
E soa a música a dizer que tenho de amar, e passa o filme a dizer que não posso morrer, e digo-me a mim, "tu tens de dormir meu caro".
Levanta-te e caminha para a cama pé ante pé, calmo, como quem não teme para o teu leito. Levanta-te e fá-lo... Deixa-te de poemas em prosa e versos sem rima, e levanta-te. Deixa-te de ideias, poesia sempre foi a tua cara, mas nunca o teu destino. Sabes que é a realidade meu amigo. Se bem que a realidade é só para quem não consegue imaginar nada melhor. E tu. Sim e Tu! Tu nisso és um verdadeiro mestre, e criatividade só te falta em momenmtos como este meu irmão. E agora Jõao, não há frequência sonora que te salve, nem hora que te agrade. Devias mesmo ir deitar-te e ficar a dormir por umas semanas, deixar o tempo passar. É sempre dele que precisas. Desse malandro do tempo...
Se bem me lembro já foram amigos e tudo. Outrora também ele te ajudava, passava rápido quando não era uma das tuas Eras, e abrandava, excessivamente, dementemente, loucamente, para te fazer desfrutar daquele olhar... Ou daquele toque... Ou daquele pensamento... Ou daquela musa, daquela inspiração que te escorrega entre os dedos à medida que o tempo agora se atrasa mais, e corre lento com o momento numa razão inquantificável.
Com uma mão me cumprimentas e com outra me apunhalas, traidor!
Mas eu não me importo... É quase como se não fosse comigo... No fim sei que preciso de ti para coexistir e catalogar o mundo à minha volta.
Preciso porque em meu redor ecoa o teu nome, mais que teu filho, sou teu escravo, mais que teu amante sou teu sacrificado.
Pois sim, que preciso de vós grande pai, incontestável mestre do tudo. Pois sim que preciso...
Difamo-te, mas seria um nada sem ti...
Perdoa-me então e acelera um pouco as coisas para eu acabar isto rápido e ir dormir.
Ainda ontem me deixavas correr na lama, hoje matas-me com a tua falta, amanhã vais fazer-me arrancar cabelos brancos ou pentear os poucos cabelos numa possivel careca; daqui a dois dias hei de achar que tu és grande demais.
Lá está, a parte de catalogar; primeiro criança que abençoada tem todo o tempo do mundo, depois o adolescente que coitado, morre com os caprichos do tempo, o senhor com crise de meia-idade que pensa poder recriar o tempo, e por fim o reformado que reza para que aumentem as arritmias temporais. E no fim, quando achares que já deste tempo suficiente matas-nos... Sem mais nem quê. Afinal, é só mais um dos biliões de filhos. Deste nem sequer sabes o nome. Ou então dás-nos tempo noutro local. Não se desperdiça nem um bocadinho. Ou não fosses tu, perder uma pequena parte da tua enormidade.
Mas nem vou mais estar aqui a remoer-te, ou a remoer-me em ti. Estás a dar-me demais no memento errado. Por agora só preciso que aceleres. Que não me dês espaço para pensar. Quando não se tem essa oportunidade a facilidade enchenos os pulmões. Não há tempo para pensar antes da inevitavél decisão.
Critico-te mas és tu... que me dá sentido. Que me fazes sentido, ainda quando não há sentido para fazeres.
Parece que me estás a ouvir, pois não há tempo para mais divagações.
Amanhã é outro dia, porque tu nunca deixarás de fazer a vida passar.
Infelizmente não paras.
No fim, és pai, e há que respeitar esse teu eterno estatuto. Pai invulgar e desnaturado, sempre aliado e amigo de duas faces.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Carta para o Pai Natal

Chegou, ou está a chegar o Natal. Como todos já nos demos conta. Será então, presumo eu, uma boa altura para escrever uma carta ao velhote de barbas brancas e casaco vermelho. Por isso, aqui vou eu... lançar-me num dos meus momentos de criança e escrever uma cartinha para que o Pai Natal, me traga pelo menos parte do que quero. Só estou a publicar na net porque verdade seja dita, que ele me falhou nos últimos anos. E assim está mais acessível.
Mãos à obra então.
Pai Natal, S. Nicolau, ou menino Jesus, como te chama a minha tia-avó. Sei que este ano não me portei de forma impecável, mas espero apelar à tua piedade, dizendo-te que sou muito bom rapaz. O que não é totalmente mentira, nem totalmente verdade, mas isso não tens de saber. Mentir também é humano.
Este ano não me vou exceder nos pedidos, para que assim tenhas mais facilidade em encontrar o que quero, isto é, se ainda não tiver esgotado.
Quero que me tragas os meus tempos de glória de volta, ando a morrer de tédio nesta triste realidade. Se puderes inclui neles, para além dos típicos sorrisos e festas, as melhores notas que custumava tirar e a boa disposição de quem nos faz os testes.
Para além disso quero um portátil.
Trás-me também música, boa ou má, não interessa, só quero que seja nova. Talvez ajude o tédio a arredar pé, ou mesmo a deixar uma certa nostalgia no ar.
Podes antecipar um deles, que é inspiração, senão vai-se tornar um tanto complicado acabar de escrever este texto.
Para o fim deixei o mais importante; peço-te encarecidamente que este não falte. É o que mais preciso. Mesmo que seja já muito pessoal, pedirei na mesma. Se até hoje não chegou quem me calasse, não vai ser a vergonha de o expor que me vai calar agora. Então aqui vai:
Quero que me tragas aquela pessoa, nem precisa de vir embrulhada. Isso é só matar árvores. Mas calma, aquela pessoa, não é uma pessoa qualquer. É especificamente aquela, e mais nenhuma. Tu sabes a quem me refiro. Se me conheces tão bem como dizes sabes bem onde procurar. Em frente do número nove daquela rua sem nome. (...) vês como chegas-te lá rápido!?
É favor não esquecer os sorrisos, todos, um por um... que não falte também a propensão para que novos venham. Que venha a paixão, e o carinho. Que venha aquela praia de novo, mesmo em dias de mau tempo. Que venha o anjo e a princesa; que venham as músicas e as danças, os beijos e os abraços, a cantoria e a felicidade que tanta falta faz em dias como este; em que o sol se esconde por detrás das nuvens, para que toda a gente tenha saudades dele. Quero então, os dias bons e maus e os mais ou menos. Nada se iguala a esse tempo. Quero os planos e as brincadeiras, e as cócegas até à falta de ar. O sorriso de apaixonado e o de amuado. As boas noites, os bons dias, os "olá piolho". Quero tudo o que diz respeito a esse tópico. E não me venhas com "ah e tal... que estava esgotado" porque eu sei que não está.
Tomaste nota? Espero não me ter excedido na quantidade de coisas. E espero que sinceramente esta carta não acabe amarrotada e esquecida num canto.Acho que no fundo até o mereço; estou quase certo disso.
Espero que o teu segundo nome seja Futuro e o terceiro Rápido; e que não me falhes no dia 25.
Aqui me despeço e rezo para que me ouças. Tenho fé em ti, e nos teus três nomes. Afinal, tenho continuado a cair e para o chão já não me falta muito... Oh Pai Natal, por favor... Não te esqueças de mandar o tal anjo para me aparar a queda. Obrigado. Conto contigo

P.S: Da também um anjo a cada pessoa, toda a gente merece

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Lápis da tabuada

Wow, que saudades de vir aqui esvaziar a cabeça. Após uma semana de castigo e castidade tanto literária como escolar, finalmente dou corda aos dedos e um espaço à montanha de tralha que levo em cima dos ombros.
Um alívio para todos os efeitos. Fazer o que não devo, como estar aqui a escrever, sabendo que amanhã tenho um maravilhoso de um teste de matemática é de facto uma acção imprudente e inconsciente. Bem ao género João Peixoto. Ah, pois, esse sujeito, que tem um jeitinho inquestionável para fazer o que não está moralmente correcto. Mas não vamos entrar por aì. Apesar de ele ser o meu ídolo, o blogger não tem capacidade para dígitos suficientes para escrever todos os notáveis feitos desta personagem. Felizmente.
Hoje vim só partilhar a minha felicidade momentânea.
Que ironia! O que esta vida nos faz. Acreditem ou não, o meu dia foi relativamente vulgar, tirando a parte da castidade. Lá está, vulgar, entrei na aula de matemática as oito e trinta e nove e saí os portões da escola às quatro e meia. Assisti a duas aulas, três speakings e tive educação física. A Teresa passou o dia a espicaçar-me, despertei olhares de repreensão na professora de português e um de incredulidade no professor de inglês, típico, ainda que em dias santos. Tive explicação de matemática e até tive direito a ralhete, cheguei a casa à uma hora e pouco e já jantei, e até aqui  estava no meu estado de semi-felicidade.
Mas foi aí que tudo mudou, graças àquele tipo que canta a maior parte das músicas da Disney, o Phil Collins.
A minha irmã que com a sua calma ancestral recolhia as rendas do Millionaire City, no facebook e ouvia uma música, que embora não reconhecesse de imediato a sua proveniência, sabia que a ouvira, no passado, algures numa cassete de VHS. Após umas trinta tentativas de adivinhação falhadas, lá me foi dito que era banda sonora do Kenay e Koda. Nunca lá chegaria, confesso, só tive a oportunidade de ver esse filme umas duas vezes. Não dá para nada não é?
Pus em sistema de repeat e começou o processamento de um sorriso, infantil, e ingenuo. A sensação de que voltava a ter sete anos.
Se tinha saudades de escrever, as saudade de ser criança, no puro sentido da palavra é mais que muita.
Por instantes achei que até queria dançar. E queria, mas a capacidade de o fazer, ficou-me limitada pelo facto de estar sentado. Preguiça...
Mas ficou a intenção. Aporou a saudade de correr de novo, pelos arvoredos da quinta do ramalhão, ou de jogar a bola na lama, até obter dela uma segunda pele. Sorriu ao pensar que outrora estaria eu a pedir para ficar acordado até mais tarde. E o mesmo sorriso aparece quando me lembro que já passei horas e horas a correr atrás das meninas ou a fugir delas, que entre tantos tempos já me chamaram de esquilo a piolho ou até travesso. Que saía as quatro da escola a saber que quando chegasse a casa, me ia dar sono de ouvir a minha mãe a dizer que não devia ter batido em alguém ou que não podia deixar de praticar a minha caligrafia assustadora, porque a Ir. Marta já estava cansada de não perceber as minhas letras nas cópias, ditados, ou trabalhos para casa. Saudade do primeiro de aulas, ou de os reencontros barulhentos e das paixões exacerbadas da primária. Das duas ou três namoradas que tinha, e o quão era perverso um simples beijinho na face. Santa Inocência. E Santa saudade. Do recreio do Bosque ou do ginásio novo. Dos rapazes e das meninas, dos dias de sol e daqueles em que este não queria dar a graça da sua presença num céu cinzento. Que falta me faz, o desconhecido e o contentamento fácil. As gracinhas, as brincadeiras, os passeios, e os 5 minutos que em cada aula antecediam os intervalos, tempo no qual se generalizava a loucura dentro da sala de aula. Loucura que desaparecia com um berro. E se restaurava com a sineta a tocar. Que saudades dos castigos, e das contas de multiplicar feitas à mão, com a ajuda dos lápis da tabuada. Era perfeito, sem margens para dúvida. Foram nove anos naqueles edifícios amarelos.
Deixo o texto e vou voltar a mergulhar nas minhas memórias, e ouvir mais uma vez a tal música. Afinal, ela provocou todos os desabafos, e um sorriso que tive de aprender de improviso, pois jazia perdido nos portões verdes e as janelas de guilhotina daquela escola que em dias de chuva, achava mais parecida com Hogwarts, que qualquer outro local no planeta.
Obrigado, a quem me baptizou de esquilo, de piolho e nigga. Obrigado aos na altura, rapazitos que jogavam comigo à bola antes de me ir embora, mesmo quando eu já tinha uns aninhos a mais que eles. Obrigado às paixões, às amizades, e ao sítio, onde correndo para o almoço os meus cabelos, loiros na altura esvoaçavam e se emaranhavam ao sol ou à chuva. Altura em que não queria saber ao que ia, só queria saber que sorria, e dava o meu último sprint, para chegar. Àquela porta, entre duas grandes janelas verdes.

domingo, 28 de novembro de 2010

Início com indício de ter continuação

Pedires-me uma história completa,ou pelo menos referente a tudo em que nossas presenças ou mentes se cruzaram, e se viveram uma à outra numa simbiose quase perfeita, é cruel. É forte. É muito. Solicitas tu, pois, que tenha a coragem de chegar àquele primeiro dia? Que relembre cada contacto, cada mensagem enviada telepaticamente, e cada resposta que chegava via satélite? Desculpa, mas não é que que não o saiba ainda decor. Mas ousas demais, pedir-me que arrisque a maior inspiração... Não arrisco perder tudo. Não que seja perder, mas não quero que haja possibilidade, mínima, ínfima, minúscula, de que a força da memória seja corrompida pelo dia de hoje, o olhar de manhã, ou o sentimento do agora.
Macabro e maldito és. Seu fanático pelo desespero. Como me enraiveces "agora", como me magoas e degolas, como com teus firmes punhos embates no meu peito. Unicamente porque ousas tocar no meu sagrado, me exiges que partilhe contigo, o que tenho guardado, protegido do mundo e agasalhado do gelo que me atacou o coração.
Ainda assim te direi, a ti minha querida folha de papel, de justiça de meus segredos. Pois, tu mereces saber porquê. Porque continuo a fazer questão de te encher de tinta. Portanto lanço-me de cabeça, em queda livre. Sem saber se me espeto no chão, ou me aparas a queda.
Rezo então, a uma divina providência, na qual nunca depositei crenças; Que antes do choque, com o rochoso solo, tu como anjo que és, me agarres no último momento.
Sei que o farás, tão certo como continuar a cair.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Esfoliante

Well, well... Hoje sinceramente sinto-me inspirado, mas não me aptece escrever. A preguiça e a vida estão a entalar-me. O sofoco não pára, mas caro sistema, te informo com um sorriso, que eu também não paro. Ahah, e tu a achares que levavas a melhor. O teu azar, é que o que faz o homem é a força de vontade. E eu, embora jovem, imaturo, estou fresco, e irreverente também. A minha tendência para pensar é imortal. Pelo menos tanto quanto eu. Por isso enquanto me tentas fazer a vida negra, eu demostro-te que mais uma vez falhas-te. E que a revolta pode ter força, mesmo nascendo num puto que ainda tem dois anos pela frente antes de atingir a maioridade oficial e ter o direito de votar; e de tomar conta de si. A segunda parte raramente acontece na totalidade, porque enquanto te contrario com o fogo da filosofia, fazê-lo com a realidade imposta nunca foi fácil. E felizmente que há sempre quem queira tomar conta de nós. Pergunto-me muito porquê, e nunca tenho a mesma resposta. Porém não será hoje que a vou ter. Porque nem sequer há pergunta no texto. Mais uma vez o digo, "é favor variar". Portanto variemos e malhemos no vulgar das contestações províncianas e privadas do género: " Mas que vida esta! ", ou, "Mas o que é que eu fiz para merecer isto", e mais uma, a do famoso vocalista dos Nirvana, Kurt Kobain, "Nobody dies a virgin, live fuck us all". Mas esta questão é mais que questões provincianas, é fenomeno a nível global. E este sim, provocado mais uma vez, por vós, sistema, é uma situação que me tira do sério. E tira-me do sério porque a solução para isto, é quase básica. Atenção, básico não quer dizer fácil, só quer dizer, fácil de perceber.
Deixemos de malhar concreto e vamos lá espetar-nos no abstracto. A resolução do sistema, não é impossivel. Dentro de nós, há uma coisa a que têm o hábito de chamar coração, ou alma, ou uma coisa do género. Acho que todo o mundo percebe do que estou a falar. E lá, nesse estranho lugar, escondida, atrás de algum monstro de 7 cabeças, que digamos que provavelmente tem tanto de monstro como um coelho anão. As coisas são o que fazemos delas. Não são boas, más, ótimas, nem terriveis. São simplesmente coisas. Simplesmente, acontecimentos ou acções. Se aguém me quiser contrariar neste facto, convém dirigir-se a mim quando souber as defenições correctas de bem, e de mal. Estou curioso. Resumindo, e sintetizando, o que disse até aqui: O sistema, distorce e nós, homens, habituados ao erro, seguimos, parvos e inconscientes. O sistema diz-nos que isto é péssimo, nós choramos baba e ranho, porque é péssimo. E se por ventura acorda bem disposto diz-nos que está a acontecer uma coisa boa, e nós júbilamos de alegria. Enganados, até à última instância. Mas, há que perdoar, afinal somos todos humanos. E errar é humano, e parece que ser infeliz também é humano, pronto, os cães ladram e a caravana passa, e depois de lerem isto vão achar que está engraçado, mas de momento não podem matutar no assunto porque a vida não nos pareceu fácil a semana passada.
Porque os nossos colegas são maus ou porque a velhota, com a mania que é esperta nos passou a frente na fila no supermercado, e quando nós lhe tentamos falar, ela impávida e serena desligou o aparelho dos ouvidos, ou se for um jovem, pôs os seus headphones e nos preveligiou, não só com o desprezo e ainda com o som de fundo, de uma música que detestamos, mas pronto, é a vida, e o jovem um dia há de ser velho e terá de usar aparelho, porque nunca imaginou, o coitado que o iPod tinha um botão que regulava o volume... É triste, é a vida, e ela continua... PÀRA! O que acabaste de ler, era extremamente irónico e sincero, e incrivelmente engraçado, por ser tão idiota. Mas não era exagero. Visto que não dá para fazer nada a não ser entalar a velhota contra a passadeira dos produtos, quando ela já vai na brasa para nos passar à frente, ou passar uma discreta rasteira ao puto charila que acha que já é velhota.
Temos por fim (desculpem quando vos induzi em erro porque achavam que a conclusão estava a chegar, mas desta vez é a sério) conclusão que estou a tentar formular à tempos, e que nada tem a ver com o Continente ou o mini-preço.
A infelicidade e o desgaste presente no ser ao final da semana é fruto da nossa tendência para fazer seca e odiar tudo o que não é como nós queriamos. Em vez de fazermos do que temos o melhor que conseguirmos e surpreender o mal disposto do professor, ou do patrão, com um sorriso. Assim como a velhota, embora essa seja melhor rirmos às gargalhada, porque senão seremos mais uma vez deixados a olhar para o boneco.  Lição do dia: Acredita no melhor das coisas, e elas tornarse-ão melhores, e depois vive com um sorriso de estúpido, aqueles à sonhador, ou à apaixonado na cara. E sentirás os resultados imediatos na pele.
Pois este é o novo esfoliante que retira os pontos negros da tua vida com uma simples passagem, e reaplicação em breves periodos. Ler este texto ainda é grátis, e não está limitado ao stock existente. Novo esfoliante "Shut up System!", acredita...
E pronto, a minha visita aos vossos intelectos acabou por hoje, e não foi fácil de gerir, mas lá apliquei o tal remédio e acabo com um sorrisinho na cara de quem vai fazer outra trafolhice que vai deixar a casa a rir. Aproveito a ocasião para agradecer, a todas as personalidades que vieram ter comigo dar-me um bocadinho de apoio, pois é graças a esse apoio que mesmo sem vontade consigo contrariar o tal que anda aqui à minha volta e ... e pronto. Adieu

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Hoje dedico à Teresa

Hoje é para a Teresa. é  favor variar um pouco, e escrever para outrem que não eu. Embora possa confessar que esta pequena dedicação, me atormentou pela falta, e pelo excesso de ideias imediatas, que desapareciam num ápice. E agora, mesmo sem saber ao certo em que me dar, à Teresinha, vou tentando juntar um puzzle de ideias, acabadinhas de fazer.
Tétis! Mi Amore, pouco terei para te dizer que não te tenha já dito. Mas farei com prazer o papel de disco riscado, porque penso que terá pelo menos uma mínima contribuição para a tua felicidade. Por muito fugaz que esta seja. Nunca se sabe quando vais acordar com a telha. Indiferente para o assunto.
Vamos ao Romantismo irónico. "Chup....!" estou só a reinar. Que seria uma das nossas conversas ou declarações sem uma saída cómica e inofensiva, que me dá o prazer de mirar os teus olhos a fulminarem-me, ou a tentar. Felizmente sem sucesso. Tens de treinar um bocadinho mais isso. Mas vais num bom caminho. Bem... Já me ando a dispersar outra vez, mas é que uma conversa leva e outra e dep... "João!":
- O que foi raios!?
-Vai lá direito ao assunto seu maroto.
Ok, voltando à base do romance, perdoem o meu amigo João, que tem o hábito de me chamar à atenção quando estou a divagar.
Teresa, eu poderia dizer tanta coisa bonita e fofinha, que te deixariam com um grande ego e um razoável sorriso. Mas não o vou fazer, à coisas que não se dizem, pelo menos pela internet. Dizem-se labregamente de joelhos. Não precipitemos já as coisas. E respeitemos a ordem, primeiro os filhos e depois o casamento.
Teresa, sabes o quanto eu venero esse teu cabelo! Esse teu toque de caxmira que me borra o caderno quando escrevo com uma caneta de gel, ou tinta premanente. Acredita, esse cabelo desespera-me, de tal forma, que ansiei todos os segundos de aula para que me dissesses, "meu querido, faz-me festinhas". É pena o meu querido ter ficado pelo caminho e as festinhas serem alteradas para um "mexe no meu cabelo". Mal tu sabes o que eu "fetícho" à cerca do assunto. Adoro cadernos limpos. E tranças. Portanto, enquanto estiveste fronte a mim, mexi de leve no teu cabelo, como quem tem medo de aleijar, penteava, penteava, e penteava. Enrrolava em caracóis, que se desfaziam rápidamente ou nem se chagavam a formar. Ou ripava-o, de forma em passar o toque caxmira a palha de aço. Mas uma bela palha de aço. Antes que comeces a não gostar vamos passar à história do "oh pêxe".
Tudo teve ínicio numa aula de educação físíca, em que decidis-te, sem motivo nem justificação, chamar-me pêxe. Acho que estavas só um bocado obsecada com aquela música do "mas quê granda pêxe", ou lá como se escreve, essa estranha variedade do português, da qual! Eu não sou fã.
Mas tu dizias, e eu fingia-me irritado, enervado ou amuado. Mas apenas o fingia, pois é belo saber que fazemos os outros sacudir um sorriso simpático e com uma pontinha de malícia. Mas fica-te lindamente. Esse não tens de o praticar. Eu pelo menos gosto.
Último argumento que justifica a minha tese:
A Teresa adora ler-me. Ela mesmo o disse. E enquanto eu me calei para que ela sorri-se, ela fez-me o oposto, e eu, e eu... sorri, porém sem malícia, puro e sincero. Com o ego a crescer a cada palavra. Mas puro na mesma. Fizeste-me sentir-me orgulhoso. E isso é bom.
Atenção aos outros leitores! A Teresa não foi a única a tocar-me pelo apoio, simplesmente veio suplicar-me por um texto. Não vamos confundir as coisas.
Portanto, fora o à parte mais atrás, quis que soubesses, que eu sinto mais o que tu dizes do que provavelmente te apercebes. Tu és realmente simpática, e sabes bem como tecer um elogio. E tentas tomar conta de mim no que às vezes perco um pouco a noção. Tens óptimas notas a Filosofia (muitos degraus na minha consideração). Sabes falar, mas não sabes cantar. Danças mal e porcamente Kuduro; mas eu gosto imenso de ti.
Dando fim a este pequeno documentário da nossa história, peço que revejas essa maravilhosa equação e me digas que sim, que casas comigo.
Obrigado Teresinha. Obrigado.
Kiss Kiss

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Falando de barcos de papel

Quem sabe o que sou, sabe do meu fanatismo por barcos de papel. Faço-os já sem olhar. E não estou só a enaltecer as minhas qualidades de maravilhoso construtor naval, numa pequena escala e com materiais reciclados.
Hoje já fiz uns sete, aproveitando 4 guardanapos de papel, dois panfletos, e um mapa da Vila de Sintra. O último é o maior. Um belo porta-aviões, com espaço para uns 4 bonecos do tamanho do fantástico Carthman lá da turma, que embora não seja um bom velejador, tem talentos de skydiving inquestionáveis.
Ok, vamos lá à pergunta do dia.O típico e épico porquê!
Porque é que me fascina construir barcos e aviões de papel? Porque é que nunca tive a ambição da industria automóvel reciclável?
Aí está, a estúpida e implacável questão que nunca deixa as coisas como são.
Ora bem, para grandes perguntas, mediocres respostas. É o costume, dão-nos com mil e não chegamos a dez.
O fascínio da aero-naútica, não tem local de aparecimento nem data de descoberta. É inapto. É singular.
É aquela triássica música do "eu só estou bem, onde eu não estou! Eu só quero ir onde eu não vou!". De certa forma, a música acerta muito, embora não seja o o meu género.
Boa ou não, o António Variações tinha a sua razão, pelo menos em relação a mim. Quando era pequeno queria ser astronauta, cresci, e quis viajar, e ainda o quero. Sonhei e vi-me num veleiro, daqueles todos à maneira,  a viajar sem destino definido e apenas com o sentimento de que algo de novo me esperava. Sonho, por mais estranho ou vulgar que seja é sempre sonho e mantém-se de pé. Quando entrei para o 10º ano, queria ser piloto, o plano era entrar para a força aérea e fazer lá o curso de piloto, aí está outro desejo que não se foi, e ainda se ergue forte e sólido nas entranhas do meu intelecto.
Basicamente, quis ser tudo, o que havia de diferente, mas não quis ser engenheiro florestal, nem geólogo, nem mineiro. O solo firme não me fascina. Segurança a mais para mim talvez. Ou irreverência, ou não gostar de lama, nem poeira; duas coisas que me irritam, fico todo sujo e desarranjado.
Acho que tudo faz parte da eterna questão de arriscar. Superar-me a mim próprio deixa-me nas nuvens. E as situações limite, em termos de adrenalina, são as minhas predilectas. Quem não gosta do coração acelerado e da respiração ofegante e da voz trémula e corajosa de quando se descobre que a vida é mais que 5 continentes. Há sete mares e um céu. E os oito estão por povoar, por serem sentidos.
O pioneirismo e a originalidade deveriam ser as minhas virtudes. Se se pode chamar virtude ao pioneirismo. Irrelevante para o caso. Virtudes ou não, quero fazê-las minhas. Cada um tem o seu máximo, o lugar onde atinge o seu clímax. Seja o meu no céu ou no mar, sei que não é aqui e agora. Por isso faço barcos e aviões de papel, mas não carros nem casas.
Hoje não há moral na história, ou talvez haja, mas já lá vamos.
Por agora só quis partilhar um pouco dos meus sonhos. Afinal, quer se queira quer não, eles movem-nos e dão-nos o sentido.
E antes do fim, vem a moral.
Here it is: Sonhem e sonhem alto. Depois, do primeiro passo, sabem que o mais importante é segui-los, e de seguida supera-los. A felicidade não é o destino. É o caminho.
Obrigado por me lerem.

domingo, 21 de novembro de 2010

O feijão da minha irmã

Ora bem, cá em casa, na bancada da cozinha que está junto à janela está um feijoeiro plantado pela minha irmã no principio deste ano. Não faço a mínima porque surgiu a ideia de pôr um feijão vermelho num vaso enorme, que dava para uns cem iguais a ele, isto com algum exagero como é óbvio. Mas lá no fundo aquilo apenas funciona como uma mansão de terra fértil, em que o pequeno e afortunado feijão levou a sua vida. Alimentado pela água e pelo café que lá se punha. Sim, eu sei o que estão a pensar. Café?! Faz parte das experiências que foram elaboradas em torno do feijão. E chegamos mesmo À conclusão que o café fazia o feijoeiro crescer mais depressa.
Então ao longo de meses o feijão cresceu, verde e possante, sem força quase para suportar as próprias folhas. Para resolver esse problema arranjou-se uma estaca e uns fios de um antigo novelo de lã. Pai agora de uma grande descendência o feijão estava no seu auge. O topo do saudável caule batia já no louceiro, e fazia os seus criados, e sustentadores desviarem-se das folhas para passarem para a marquise. Mimos e água nunca lhe faltaram. A minha irmã passava diariamente dez minutos depois da escola a pôr café na terra, e tudo com muito jeitinho não fosse a raiz do nobre feijoeiro ressentir-se.
E os meses passaram e o feijoeiro prevaleceu, até chegar o Verão. No mês de Julho chegou a hora de os seus esforçados súbditos tirarem férias e irem passar uns tempos fora. Um feijoeiro não vai à praia, portanto foi deixado, lá, no seu pedestal junto da janela. Apesar das recomendações de rega frequente e de café a por na raiz de vez em quando dadas a quem cá vinha a casa tratar do feijão, e de sua majestade o gato, o calor deve ter levado a melhor sobre o grande feijoeiro. Presumo eu que tenha sido o calor, mas não tenho provas disso. O resultado desta batalha estava à vista no final do verão. As folhas enormes tinham passado de verdes a castanhas, e o antes liso e resplandecente, estava agora, murcho e seco. A estería foi quase total, ao contactar tal facto. Ouvia-se do outro lado da casa: "O que te fizeram meu querido!?". O costume, crises da adolescência. Surgiram logo as sugestões de tirar os feijões sobreviventes do grande patriarca e mandar os seus restos mortais para o contentor do lixo comum. Tal não se fez. A criadora do feijoeiro opôs-se determinante-mente a desfazer-se daquela carcaça ressequida que havia já passado os seus dias de glória. E o feijão, agora fraco continuou a prevalecer junto da janela, sempre com o mesmo ar. Sem ir para a frente nem para trás. Sem dar sinais de vida apesar dos esforços de o ressuscitar.
Até hoje.
Dormia eu o meu sono de beleza quando me acordam e dizem : "João! vem à cozinha, tens de ver isto!"
E com um olho aberto e outro fechado, lá me arrastei aos tropeções até à cozinha. A minha mãe estava debruçada sobre o vaso como quem está à espera de que algo aconteça. Incentivou-me a imita-la, e lá olhei. Junto da vagem que se encontrava no plano inferior do feijoeiro que já começara a ser decomposto e tinha manchas de bolor, saía em direcção à terra uma ramificação verde,  jovem. O Sobrevivente da família. O soldado pioneiro. O rebelde que fugiu da protecção das paredes podres em que se alojava e dava ao vaso uma nova vida. Ninguém sabe o que acontecerá daqui para a frente, mas sabe-se que haverá luta, e esperança. Pois, quando tudo parecia estar a decompor-se um pequeno feijão quebrou o sistema e impôs-se.
Seria um excesso dizer que aquele feijão é um orgulho, mas pode dizer-se que a um nível diferente devíamos imita-lo e querer mais do que o que nos oferecem. A ambição nem sempre é insã.
Pensem nisto.

sábado, 20 de novembro de 2010

Meu querido mês de Agosto

Decidi, aproveitar este espaço para partilhar, e agradecer a todos os que estiveram comigo no mês de agosto, lá na Baía de S.Martinho do Porto, que conseguiram fazer de 2010, o meu melhor ano. Um ano em cheio, literalmente.

E agora a história de hoje
Hoje, ao acordar fui subitamente atacado e esmigalhado por uma estranha saudade do meu querido Verão de 2010, passado lá no Oeste. Ok, convinhamos, qualquer pessoa que tenha férias no Verão sente a falta dele. Principalmente se souber que apesar de, acordar à uma hora da tarde terá pela frente um novo dia de trabalho. E isto no sábado. Para mim é igual, porque coisas para estudar não me faltam.
E o Verão, como para qualquer adolescente é o conjunto de todos os momentos mágicos, rápidos, memoráveis, curtos e premanentes, por assim dizer.
Como é hábito, para estragar a nostalgia da saudade e a força da memória, há que me fazer a mim mesmo sempre a pergunta de o porquê de ser assim?
Portanto cá vem ela:
Porque raio de motivo foi o meu verão melhor que o meu Natal ou a Páscoa, ou o Carnaval, ou as pontes, ou os fins de semana ou os friados ou as saidas ou tudo e mais alguma coisa?
Assim de repente apontei logo um dos motivos. Passo a citar, "o verão dura mais".
Esta justificação chegou para satizfazer a minha tendência para as perguntas inconvenientes até à pouco. Ao jantar. Portanto após uma refeição silenciosa da minha parte, lá cheguei à conclusão que o que poderia fazer o Verão mágico não seria só o ser mais longo, mas a nossa capacidade de o tornar especial. Quem fala em capacidade, fala em disponibilidade.
Pondo as coisas neste prisma, descubro que o meu Verão, só foi assim porque encontrei quem quisesse um verão como eu o queria.
É preciso ter sorte para que se encontre quem goste das mesmas brincadeiras, das mesmas músicas, tenha os mesmos vícios, e que nos faça sentir que aquele é o único sítio onde iamos querer estar. É preciso mudar por três meses para ser feliz, para o estâse, para a paixão e o sonho. Para a realidade invulgar.
Óbvio que o bom tempo ajudou. Com tempo quente, e idade tenra, a locura é provável senão quase certa.
E como qualquer rapaz gosta de um momento louco de vez em quando, o Verão são as nossas sete quintas. O nosso paraíso, a nossa espectativa, porque já ando a fazer planos para o Verão de 2011.
E pronto, foi a mudança que me propocionou a loucura da época balnear deste ano.
Há que evoluir para chegar à perfeição. Para evoluir à que mudar. Para mudar à que querer, logo para alcançar a perfeição, à que a cima de tudo querer alcança-la. Pensei nisso. Talvez não estaja assim tanto frio em Novembro... Pronto, a praia não vai poder ser, mas a disposição não traz inconvenientes.

Finalizo e lembro aqui uma serie de momentos que me marcaram. Não sei se me fizeram bem ou mal, mas qualquer coisa fizeram senão não me daria ao trabalho de escrever este texto.
Poetanto, obrigado pelos passeios de kayak, ao amanhecer, ou à tarde.
Obrigado pela sessão nocturna de praia que era uma constante na minha semana.
Obrigado pelos cravados e pelos dados,
Obrigado pelas tardes de cartas,
Pelo bar e pelo pão, e até pela rua dos cafés.
Obrigado ao Sporting por ter ganho ao Brondby,
Obrigado ao dono do tractor que alisava a praia, pelas boleias
Obrigado pelas conversas e parvoices, e pelos vinte cent que me pagavam por cigarro.
E pelos serviços de ama-seca para com a minha irmã. Ignorem os dois últimos que foi uma gracinha.
Obrigado a todos
Obrigado, meu querido mês de Agosto

Nome

Canis lupus sp. para quem nunca ouviu falar é referente aos vulgarmente designados canídeos. No caso deste blog, é em especial para os lobos, mas como à imensas especies diferentes dentro do genero, tive dificuldade em especificar, não quis tomar partidos.
O porquê deste título é que já é outro interesse.
Inicialmente, quando comecei a criar este espaço, não estava certo de que nome lhe haveria de dar. Após a recolha de sugestões cá em casa sobravam dois nomes possíveis. Periplaneta Americana sp.(barata) ou Canis lupus sp.(lobo) Linaeus 1758. Foi a partir destes dois nomes que a decisão se complicou. Procurava algo nobre e lutador, uma mistura entre o sobrevivente e o não louco.
 Mais uma vez, para quem não sabia, as baratas são parcialmente imunes à radiação, pelo que seriam as sobreviventes se nós, raça humana, decidissemos por ventura pôr em acção as descobertas que o conhecimento fez no campo militar, relativo às forças nucleares. Portanto, com sobreviventes e nobres, e com a óbvia dedução que os nobres neste caso superam os sobreviventes, nem que seja em tamanho optei pelos lobos.
No entanto, este não foi o único motivo.
Os lobos, em ambiente selvagem têm uma sociedade em que a hierárquia é bastante semelhante à nossa.
Vivem em grupo assim como nós.
Trabalham em grupo por vezes como nós, mas nós cada vez menos como eles.
Têm um líder, o mais forte. Este mesmo líder, que conduz as caçadas fica com a melhor parte da presa, o coração e o fígado. Tal como nós, os governantes têm os seus maravilhosos ordenados de cinco, seis, ou sete dígitos, mas depois a população em geral, muitas vezes não chega a passar dos três dígitos. E como se ainda não chegasse, também os altos postos do governo nos corroem o coração aos poucos, de forma indirecta. Isto é como quem diz, dão aos contribuintes vinte ou mais horas de tabalho semanal, nos melhores dos casos.
Se esse tempo nos chegasse para todo o dever que nos dão, não era assim tão mau. Mas a essas mínimas vinte horas, juntam-se as coisas que têm de ser feitas para que esteja tudo pronto a tempo e horas. A este ritmo chegamos à hora de jantar e todo o nosso exercíco mental durante o dia serviu apenas para nos mecanizar mais para aquilo que é o trabalho habitual, repetitivo e semelhante todos os dias.
Ora bem, e agora vamos pensar, quanto tempo nos deram para ter uma ideia? Não muito de facto. Filosofia é para quem tem de ir as aulas, ou não tem mais nada que fazer. Criatividade é para quem dela vive ou para os desempregados. E como quem dela vive, são muito poucos, e quem não tem que fazer, não cria, não imagina, não procura evolução, porque não tem paciência para estar a esforçar a cabeça a ter ideias. O mundo anda à vontade e prazer dos grandes milionários e chefes de estado que usam essa criatividade mas nem sempre a usam da melhor maneira. Ou da mais justa.
Ok, já estou a divagar. Já chega de desabafos por hoje que se está a fazer tarde.
E como o normal das pessoas, tenho de me deitar cedo porque amanhã, logo pela manhã, me espera um dia de estudo sobre planos e rectas e blá blá blá.
Só mais uma última coisa.
Acabando a conversa dos lobos, é possivel derrubar o líder quando a alcateia não está satisfeita, o que por vezes acontece. E tudo se dá do seguinte modo. Um outro lobo desafia o macho alfa para um "duelo" e o resto da alcateia toma partido de um ou de outro. Mesmo que o macho alfa tenha mais força não vence uma alcateia de lobos enrraivecidos que se uniram para o destituir, com animais selvagens em fúria não se brinca. Com os homens é a mesma coisa talvez nos falte é um pouco de coragem, de atitude, de força. Talvez nos falte o ser selvagem por vezes. Não estou aqui a tentar pregar uma anarquia, só o digo porque sei que  "o povo únido, jamais será vencido", porque será que nos falta a coragem de nos unir e lutar contra aquilo que vemos como errado?
Reage, outro mundo é possivel.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Ideia inícial

A ideia de começar a "blogar" nasceu na aula de moral. Ideia do professor, que após o breve elogio à minha semi-filosofia de vida e à crítica relativa à forma como o nosso querido sistema educacional gere a educação, sugeriu que tentasse fazer algo mais construtivo.    Sistema educacional que de preocupado que é, canaliza todas as nossas atenções não para a iniciativa, mas para obrigação, o que a maior parte da vezes não  será propriamente iniciativa (usando já das minhas palavras). Então para me soltar um bocado das amarras dos comportamentos rotineiros e padronizados decidi aceitar a sugestão. Portanto aqui estou a escrever uma data de ideias mal emparelhadas para quem não tiver mais nada para fazer, e, me quiser ler por uns breves minutos antes de se fartar (o que certamente não levará muito tempo), porque o tempo escasseia para todo e qualquer um, que viva a maior parte do tempo, a cumprir as suas responsabilidades diárias. A de ir trabalhar, ou à escola, de ver o benfica às sextas ou sábados, ou simplesmente, tenha a responsabilidade para consigo, de tirar o resto do dia para estar a "fazer nada". 
Portanto, para acabar esta introdução, aviso desde já que, se alguém achar que isto foi uma boa ideia que não perca entusiasmo, por eu não saber com que frequência virei aqui publicar novos textos (ou o que quer que seja); porque apesar da minha tentativa de libertação do sistema, a minha vida terá de continuar, ao típico ritmo estonteante da idade estudantil.
Caso não fiquem entusiasmados, espero que ninguém sinta que foi uma seca ler isto e que só perderam tempo. 
Se se der este segundo caso tenhão a gentileza de não me dizer que, só escrevo parvoices e, que não faço sentido.
Obrigado ao professor, a mim e para quem mais isto servir.

Okk, o primeiro texto não está nada demais mas prometo que o segundo será melhor.