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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Falando de barcos de papel

Quem sabe o que sou, sabe do meu fanatismo por barcos de papel. Faço-os já sem olhar. E não estou só a enaltecer as minhas qualidades de maravilhoso construtor naval, numa pequena escala e com materiais reciclados.
Hoje já fiz uns sete, aproveitando 4 guardanapos de papel, dois panfletos, e um mapa da Vila de Sintra. O último é o maior. Um belo porta-aviões, com espaço para uns 4 bonecos do tamanho do fantástico Carthman lá da turma, que embora não seja um bom velejador, tem talentos de skydiving inquestionáveis.
Ok, vamos lá à pergunta do dia.O típico e épico porquê!
Porque é que me fascina construir barcos e aviões de papel? Porque é que nunca tive a ambição da industria automóvel reciclável?
Aí está, a estúpida e implacável questão que nunca deixa as coisas como são.
Ora bem, para grandes perguntas, mediocres respostas. É o costume, dão-nos com mil e não chegamos a dez.
O fascínio da aero-naútica, não tem local de aparecimento nem data de descoberta. É inapto. É singular.
É aquela triássica música do "eu só estou bem, onde eu não estou! Eu só quero ir onde eu não vou!". De certa forma, a música acerta muito, embora não seja o o meu género.
Boa ou não, o António Variações tinha a sua razão, pelo menos em relação a mim. Quando era pequeno queria ser astronauta, cresci, e quis viajar, e ainda o quero. Sonhei e vi-me num veleiro, daqueles todos à maneira,  a viajar sem destino definido e apenas com o sentimento de que algo de novo me esperava. Sonho, por mais estranho ou vulgar que seja é sempre sonho e mantém-se de pé. Quando entrei para o 10º ano, queria ser piloto, o plano era entrar para a força aérea e fazer lá o curso de piloto, aí está outro desejo que não se foi, e ainda se ergue forte e sólido nas entranhas do meu intelecto.
Basicamente, quis ser tudo, o que havia de diferente, mas não quis ser engenheiro florestal, nem geólogo, nem mineiro. O solo firme não me fascina. Segurança a mais para mim talvez. Ou irreverência, ou não gostar de lama, nem poeira; duas coisas que me irritam, fico todo sujo e desarranjado.
Acho que tudo faz parte da eterna questão de arriscar. Superar-me a mim próprio deixa-me nas nuvens. E as situações limite, em termos de adrenalina, são as minhas predilectas. Quem não gosta do coração acelerado e da respiração ofegante e da voz trémula e corajosa de quando se descobre que a vida é mais que 5 continentes. Há sete mares e um céu. E os oito estão por povoar, por serem sentidos.
O pioneirismo e a originalidade deveriam ser as minhas virtudes. Se se pode chamar virtude ao pioneirismo. Irrelevante para o caso. Virtudes ou não, quero fazê-las minhas. Cada um tem o seu máximo, o lugar onde atinge o seu clímax. Seja o meu no céu ou no mar, sei que não é aqui e agora. Por isso faço barcos e aviões de papel, mas não carros nem casas.
Hoje não há moral na história, ou talvez haja, mas já lá vamos.
Por agora só quis partilhar um pouco dos meus sonhos. Afinal, quer se queira quer não, eles movem-nos e dão-nos o sentido.
E antes do fim, vem a moral.
Here it is: Sonhem e sonhem alto. Depois, do primeiro passo, sabem que o mais importante é segui-los, e de seguida supera-los. A felicidade não é o destino. É o caminho.
Obrigado por me lerem.

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