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domingo, 28 de novembro de 2010

Início com indício de ter continuação

Pedires-me uma história completa,ou pelo menos referente a tudo em que nossas presenças ou mentes se cruzaram, e se viveram uma à outra numa simbiose quase perfeita, é cruel. É forte. É muito. Solicitas tu, pois, que tenha a coragem de chegar àquele primeiro dia? Que relembre cada contacto, cada mensagem enviada telepaticamente, e cada resposta que chegava via satélite? Desculpa, mas não é que que não o saiba ainda decor. Mas ousas demais, pedir-me que arrisque a maior inspiração... Não arrisco perder tudo. Não que seja perder, mas não quero que haja possibilidade, mínima, ínfima, minúscula, de que a força da memória seja corrompida pelo dia de hoje, o olhar de manhã, ou o sentimento do agora.
Macabro e maldito és. Seu fanático pelo desespero. Como me enraiveces "agora", como me magoas e degolas, como com teus firmes punhos embates no meu peito. Unicamente porque ousas tocar no meu sagrado, me exiges que partilhe contigo, o que tenho guardado, protegido do mundo e agasalhado do gelo que me atacou o coração.
Ainda assim te direi, a ti minha querida folha de papel, de justiça de meus segredos. Pois, tu mereces saber porquê. Porque continuo a fazer questão de te encher de tinta. Portanto lanço-me de cabeça, em queda livre. Sem saber se me espeto no chão, ou me aparas a queda.
Rezo então, a uma divina providência, na qual nunca depositei crenças; Que antes do choque, com o rochoso solo, tu como anjo que és, me agarres no último momento.
Sei que o farás, tão certo como continuar a cair.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Esfoliante

Well, well... Hoje sinceramente sinto-me inspirado, mas não me aptece escrever. A preguiça e a vida estão a entalar-me. O sofoco não pára, mas caro sistema, te informo com um sorriso, que eu também não paro. Ahah, e tu a achares que levavas a melhor. O teu azar, é que o que faz o homem é a força de vontade. E eu, embora jovem, imaturo, estou fresco, e irreverente também. A minha tendência para pensar é imortal. Pelo menos tanto quanto eu. Por isso enquanto me tentas fazer a vida negra, eu demostro-te que mais uma vez falhas-te. E que a revolta pode ter força, mesmo nascendo num puto que ainda tem dois anos pela frente antes de atingir a maioridade oficial e ter o direito de votar; e de tomar conta de si. A segunda parte raramente acontece na totalidade, porque enquanto te contrario com o fogo da filosofia, fazê-lo com a realidade imposta nunca foi fácil. E felizmente que há sempre quem queira tomar conta de nós. Pergunto-me muito porquê, e nunca tenho a mesma resposta. Porém não será hoje que a vou ter. Porque nem sequer há pergunta no texto. Mais uma vez o digo, "é favor variar". Portanto variemos e malhemos no vulgar das contestações províncianas e privadas do género: " Mas que vida esta! ", ou, "Mas o que é que eu fiz para merecer isto", e mais uma, a do famoso vocalista dos Nirvana, Kurt Kobain, "Nobody dies a virgin, live fuck us all". Mas esta questão é mais que questões provincianas, é fenomeno a nível global. E este sim, provocado mais uma vez, por vós, sistema, é uma situação que me tira do sério. E tira-me do sério porque a solução para isto, é quase básica. Atenção, básico não quer dizer fácil, só quer dizer, fácil de perceber.
Deixemos de malhar concreto e vamos lá espetar-nos no abstracto. A resolução do sistema, não é impossivel. Dentro de nós, há uma coisa a que têm o hábito de chamar coração, ou alma, ou uma coisa do género. Acho que todo o mundo percebe do que estou a falar. E lá, nesse estranho lugar, escondida, atrás de algum monstro de 7 cabeças, que digamos que provavelmente tem tanto de monstro como um coelho anão. As coisas são o que fazemos delas. Não são boas, más, ótimas, nem terriveis. São simplesmente coisas. Simplesmente, acontecimentos ou acções. Se aguém me quiser contrariar neste facto, convém dirigir-se a mim quando souber as defenições correctas de bem, e de mal. Estou curioso. Resumindo, e sintetizando, o que disse até aqui: O sistema, distorce e nós, homens, habituados ao erro, seguimos, parvos e inconscientes. O sistema diz-nos que isto é péssimo, nós choramos baba e ranho, porque é péssimo. E se por ventura acorda bem disposto diz-nos que está a acontecer uma coisa boa, e nós júbilamos de alegria. Enganados, até à última instância. Mas, há que perdoar, afinal somos todos humanos. E errar é humano, e parece que ser infeliz também é humano, pronto, os cães ladram e a caravana passa, e depois de lerem isto vão achar que está engraçado, mas de momento não podem matutar no assunto porque a vida não nos pareceu fácil a semana passada.
Porque os nossos colegas são maus ou porque a velhota, com a mania que é esperta nos passou a frente na fila no supermercado, e quando nós lhe tentamos falar, ela impávida e serena desligou o aparelho dos ouvidos, ou se for um jovem, pôs os seus headphones e nos preveligiou, não só com o desprezo e ainda com o som de fundo, de uma música que detestamos, mas pronto, é a vida, e o jovem um dia há de ser velho e terá de usar aparelho, porque nunca imaginou, o coitado que o iPod tinha um botão que regulava o volume... É triste, é a vida, e ela continua... PÀRA! O que acabaste de ler, era extremamente irónico e sincero, e incrivelmente engraçado, por ser tão idiota. Mas não era exagero. Visto que não dá para fazer nada a não ser entalar a velhota contra a passadeira dos produtos, quando ela já vai na brasa para nos passar à frente, ou passar uma discreta rasteira ao puto charila que acha que já é velhota.
Temos por fim (desculpem quando vos induzi em erro porque achavam que a conclusão estava a chegar, mas desta vez é a sério) conclusão que estou a tentar formular à tempos, e que nada tem a ver com o Continente ou o mini-preço.
A infelicidade e o desgaste presente no ser ao final da semana é fruto da nossa tendência para fazer seca e odiar tudo o que não é como nós queriamos. Em vez de fazermos do que temos o melhor que conseguirmos e surpreender o mal disposto do professor, ou do patrão, com um sorriso. Assim como a velhota, embora essa seja melhor rirmos às gargalhada, porque senão seremos mais uma vez deixados a olhar para o boneco.  Lição do dia: Acredita no melhor das coisas, e elas tornarse-ão melhores, e depois vive com um sorriso de estúpido, aqueles à sonhador, ou à apaixonado na cara. E sentirás os resultados imediatos na pele.
Pois este é o novo esfoliante que retira os pontos negros da tua vida com uma simples passagem, e reaplicação em breves periodos. Ler este texto ainda é grátis, e não está limitado ao stock existente. Novo esfoliante "Shut up System!", acredita...
E pronto, a minha visita aos vossos intelectos acabou por hoje, e não foi fácil de gerir, mas lá apliquei o tal remédio e acabo com um sorrisinho na cara de quem vai fazer outra trafolhice que vai deixar a casa a rir. Aproveito a ocasião para agradecer, a todas as personalidades que vieram ter comigo dar-me um bocadinho de apoio, pois é graças a esse apoio que mesmo sem vontade consigo contrariar o tal que anda aqui à minha volta e ... e pronto. Adieu

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Hoje dedico à Teresa

Hoje é para a Teresa. é  favor variar um pouco, e escrever para outrem que não eu. Embora possa confessar que esta pequena dedicação, me atormentou pela falta, e pelo excesso de ideias imediatas, que desapareciam num ápice. E agora, mesmo sem saber ao certo em que me dar, à Teresinha, vou tentando juntar um puzzle de ideias, acabadinhas de fazer.
Tétis! Mi Amore, pouco terei para te dizer que não te tenha já dito. Mas farei com prazer o papel de disco riscado, porque penso que terá pelo menos uma mínima contribuição para a tua felicidade. Por muito fugaz que esta seja. Nunca se sabe quando vais acordar com a telha. Indiferente para o assunto.
Vamos ao Romantismo irónico. "Chup....!" estou só a reinar. Que seria uma das nossas conversas ou declarações sem uma saída cómica e inofensiva, que me dá o prazer de mirar os teus olhos a fulminarem-me, ou a tentar. Felizmente sem sucesso. Tens de treinar um bocadinho mais isso. Mas vais num bom caminho. Bem... Já me ando a dispersar outra vez, mas é que uma conversa leva e outra e dep... "João!":
- O que foi raios!?
-Vai lá direito ao assunto seu maroto.
Ok, voltando à base do romance, perdoem o meu amigo João, que tem o hábito de me chamar à atenção quando estou a divagar.
Teresa, eu poderia dizer tanta coisa bonita e fofinha, que te deixariam com um grande ego e um razoável sorriso. Mas não o vou fazer, à coisas que não se dizem, pelo menos pela internet. Dizem-se labregamente de joelhos. Não precipitemos já as coisas. E respeitemos a ordem, primeiro os filhos e depois o casamento.
Teresa, sabes o quanto eu venero esse teu cabelo! Esse teu toque de caxmira que me borra o caderno quando escrevo com uma caneta de gel, ou tinta premanente. Acredita, esse cabelo desespera-me, de tal forma, que ansiei todos os segundos de aula para que me dissesses, "meu querido, faz-me festinhas". É pena o meu querido ter ficado pelo caminho e as festinhas serem alteradas para um "mexe no meu cabelo". Mal tu sabes o que eu "fetícho" à cerca do assunto. Adoro cadernos limpos. E tranças. Portanto, enquanto estiveste fronte a mim, mexi de leve no teu cabelo, como quem tem medo de aleijar, penteava, penteava, e penteava. Enrrolava em caracóis, que se desfaziam rápidamente ou nem se chagavam a formar. Ou ripava-o, de forma em passar o toque caxmira a palha de aço. Mas uma bela palha de aço. Antes que comeces a não gostar vamos passar à história do "oh pêxe".
Tudo teve ínicio numa aula de educação físíca, em que decidis-te, sem motivo nem justificação, chamar-me pêxe. Acho que estavas só um bocado obsecada com aquela música do "mas quê granda pêxe", ou lá como se escreve, essa estranha variedade do português, da qual! Eu não sou fã.
Mas tu dizias, e eu fingia-me irritado, enervado ou amuado. Mas apenas o fingia, pois é belo saber que fazemos os outros sacudir um sorriso simpático e com uma pontinha de malícia. Mas fica-te lindamente. Esse não tens de o praticar. Eu pelo menos gosto.
Último argumento que justifica a minha tese:
A Teresa adora ler-me. Ela mesmo o disse. E enquanto eu me calei para que ela sorri-se, ela fez-me o oposto, e eu, e eu... sorri, porém sem malícia, puro e sincero. Com o ego a crescer a cada palavra. Mas puro na mesma. Fizeste-me sentir-me orgulhoso. E isso é bom.
Atenção aos outros leitores! A Teresa não foi a única a tocar-me pelo apoio, simplesmente veio suplicar-me por um texto. Não vamos confundir as coisas.
Portanto, fora o à parte mais atrás, quis que soubesses, que eu sinto mais o que tu dizes do que provavelmente te apercebes. Tu és realmente simpática, e sabes bem como tecer um elogio. E tentas tomar conta de mim no que às vezes perco um pouco a noção. Tens óptimas notas a Filosofia (muitos degraus na minha consideração). Sabes falar, mas não sabes cantar. Danças mal e porcamente Kuduro; mas eu gosto imenso de ti.
Dando fim a este pequeno documentário da nossa história, peço que revejas essa maravilhosa equação e me digas que sim, que casas comigo.
Obrigado Teresinha. Obrigado.
Kiss Kiss

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Falando de barcos de papel

Quem sabe o que sou, sabe do meu fanatismo por barcos de papel. Faço-os já sem olhar. E não estou só a enaltecer as minhas qualidades de maravilhoso construtor naval, numa pequena escala e com materiais reciclados.
Hoje já fiz uns sete, aproveitando 4 guardanapos de papel, dois panfletos, e um mapa da Vila de Sintra. O último é o maior. Um belo porta-aviões, com espaço para uns 4 bonecos do tamanho do fantástico Carthman lá da turma, que embora não seja um bom velejador, tem talentos de skydiving inquestionáveis.
Ok, vamos lá à pergunta do dia.O típico e épico porquê!
Porque é que me fascina construir barcos e aviões de papel? Porque é que nunca tive a ambição da industria automóvel reciclável?
Aí está, a estúpida e implacável questão que nunca deixa as coisas como são.
Ora bem, para grandes perguntas, mediocres respostas. É o costume, dão-nos com mil e não chegamos a dez.
O fascínio da aero-naútica, não tem local de aparecimento nem data de descoberta. É inapto. É singular.
É aquela triássica música do "eu só estou bem, onde eu não estou! Eu só quero ir onde eu não vou!". De certa forma, a música acerta muito, embora não seja o o meu género.
Boa ou não, o António Variações tinha a sua razão, pelo menos em relação a mim. Quando era pequeno queria ser astronauta, cresci, e quis viajar, e ainda o quero. Sonhei e vi-me num veleiro, daqueles todos à maneira,  a viajar sem destino definido e apenas com o sentimento de que algo de novo me esperava. Sonho, por mais estranho ou vulgar que seja é sempre sonho e mantém-se de pé. Quando entrei para o 10º ano, queria ser piloto, o plano era entrar para a força aérea e fazer lá o curso de piloto, aí está outro desejo que não se foi, e ainda se ergue forte e sólido nas entranhas do meu intelecto.
Basicamente, quis ser tudo, o que havia de diferente, mas não quis ser engenheiro florestal, nem geólogo, nem mineiro. O solo firme não me fascina. Segurança a mais para mim talvez. Ou irreverência, ou não gostar de lama, nem poeira; duas coisas que me irritam, fico todo sujo e desarranjado.
Acho que tudo faz parte da eterna questão de arriscar. Superar-me a mim próprio deixa-me nas nuvens. E as situações limite, em termos de adrenalina, são as minhas predilectas. Quem não gosta do coração acelerado e da respiração ofegante e da voz trémula e corajosa de quando se descobre que a vida é mais que 5 continentes. Há sete mares e um céu. E os oito estão por povoar, por serem sentidos.
O pioneirismo e a originalidade deveriam ser as minhas virtudes. Se se pode chamar virtude ao pioneirismo. Irrelevante para o caso. Virtudes ou não, quero fazê-las minhas. Cada um tem o seu máximo, o lugar onde atinge o seu clímax. Seja o meu no céu ou no mar, sei que não é aqui e agora. Por isso faço barcos e aviões de papel, mas não carros nem casas.
Hoje não há moral na história, ou talvez haja, mas já lá vamos.
Por agora só quis partilhar um pouco dos meus sonhos. Afinal, quer se queira quer não, eles movem-nos e dão-nos o sentido.
E antes do fim, vem a moral.
Here it is: Sonhem e sonhem alto. Depois, do primeiro passo, sabem que o mais importante é segui-los, e de seguida supera-los. A felicidade não é o destino. É o caminho.
Obrigado por me lerem.

domingo, 21 de novembro de 2010

O feijão da minha irmã

Ora bem, cá em casa, na bancada da cozinha que está junto à janela está um feijoeiro plantado pela minha irmã no principio deste ano. Não faço a mínima porque surgiu a ideia de pôr um feijão vermelho num vaso enorme, que dava para uns cem iguais a ele, isto com algum exagero como é óbvio. Mas lá no fundo aquilo apenas funciona como uma mansão de terra fértil, em que o pequeno e afortunado feijão levou a sua vida. Alimentado pela água e pelo café que lá se punha. Sim, eu sei o que estão a pensar. Café?! Faz parte das experiências que foram elaboradas em torno do feijão. E chegamos mesmo À conclusão que o café fazia o feijoeiro crescer mais depressa.
Então ao longo de meses o feijão cresceu, verde e possante, sem força quase para suportar as próprias folhas. Para resolver esse problema arranjou-se uma estaca e uns fios de um antigo novelo de lã. Pai agora de uma grande descendência o feijão estava no seu auge. O topo do saudável caule batia já no louceiro, e fazia os seus criados, e sustentadores desviarem-se das folhas para passarem para a marquise. Mimos e água nunca lhe faltaram. A minha irmã passava diariamente dez minutos depois da escola a pôr café na terra, e tudo com muito jeitinho não fosse a raiz do nobre feijoeiro ressentir-se.
E os meses passaram e o feijoeiro prevaleceu, até chegar o Verão. No mês de Julho chegou a hora de os seus esforçados súbditos tirarem férias e irem passar uns tempos fora. Um feijoeiro não vai à praia, portanto foi deixado, lá, no seu pedestal junto da janela. Apesar das recomendações de rega frequente e de café a por na raiz de vez em quando dadas a quem cá vinha a casa tratar do feijão, e de sua majestade o gato, o calor deve ter levado a melhor sobre o grande feijoeiro. Presumo eu que tenha sido o calor, mas não tenho provas disso. O resultado desta batalha estava à vista no final do verão. As folhas enormes tinham passado de verdes a castanhas, e o antes liso e resplandecente, estava agora, murcho e seco. A estería foi quase total, ao contactar tal facto. Ouvia-se do outro lado da casa: "O que te fizeram meu querido!?". O costume, crises da adolescência. Surgiram logo as sugestões de tirar os feijões sobreviventes do grande patriarca e mandar os seus restos mortais para o contentor do lixo comum. Tal não se fez. A criadora do feijoeiro opôs-se determinante-mente a desfazer-se daquela carcaça ressequida que havia já passado os seus dias de glória. E o feijão, agora fraco continuou a prevalecer junto da janela, sempre com o mesmo ar. Sem ir para a frente nem para trás. Sem dar sinais de vida apesar dos esforços de o ressuscitar.
Até hoje.
Dormia eu o meu sono de beleza quando me acordam e dizem : "João! vem à cozinha, tens de ver isto!"
E com um olho aberto e outro fechado, lá me arrastei aos tropeções até à cozinha. A minha mãe estava debruçada sobre o vaso como quem está à espera de que algo aconteça. Incentivou-me a imita-la, e lá olhei. Junto da vagem que se encontrava no plano inferior do feijoeiro que já começara a ser decomposto e tinha manchas de bolor, saía em direcção à terra uma ramificação verde,  jovem. O Sobrevivente da família. O soldado pioneiro. O rebelde que fugiu da protecção das paredes podres em que se alojava e dava ao vaso uma nova vida. Ninguém sabe o que acontecerá daqui para a frente, mas sabe-se que haverá luta, e esperança. Pois, quando tudo parecia estar a decompor-se um pequeno feijão quebrou o sistema e impôs-se.
Seria um excesso dizer que aquele feijão é um orgulho, mas pode dizer-se que a um nível diferente devíamos imita-lo e querer mais do que o que nos oferecem. A ambição nem sempre é insã.
Pensem nisto.

sábado, 20 de novembro de 2010

Meu querido mês de Agosto

Decidi, aproveitar este espaço para partilhar, e agradecer a todos os que estiveram comigo no mês de agosto, lá na Baía de S.Martinho do Porto, que conseguiram fazer de 2010, o meu melhor ano. Um ano em cheio, literalmente.

E agora a história de hoje
Hoje, ao acordar fui subitamente atacado e esmigalhado por uma estranha saudade do meu querido Verão de 2010, passado lá no Oeste. Ok, convinhamos, qualquer pessoa que tenha férias no Verão sente a falta dele. Principalmente se souber que apesar de, acordar à uma hora da tarde terá pela frente um novo dia de trabalho. E isto no sábado. Para mim é igual, porque coisas para estudar não me faltam.
E o Verão, como para qualquer adolescente é o conjunto de todos os momentos mágicos, rápidos, memoráveis, curtos e premanentes, por assim dizer.
Como é hábito, para estragar a nostalgia da saudade e a força da memória, há que me fazer a mim mesmo sempre a pergunta de o porquê de ser assim?
Portanto cá vem ela:
Porque raio de motivo foi o meu verão melhor que o meu Natal ou a Páscoa, ou o Carnaval, ou as pontes, ou os fins de semana ou os friados ou as saidas ou tudo e mais alguma coisa?
Assim de repente apontei logo um dos motivos. Passo a citar, "o verão dura mais".
Esta justificação chegou para satizfazer a minha tendência para as perguntas inconvenientes até à pouco. Ao jantar. Portanto após uma refeição silenciosa da minha parte, lá cheguei à conclusão que o que poderia fazer o Verão mágico não seria só o ser mais longo, mas a nossa capacidade de o tornar especial. Quem fala em capacidade, fala em disponibilidade.
Pondo as coisas neste prisma, descubro que o meu Verão, só foi assim porque encontrei quem quisesse um verão como eu o queria.
É preciso ter sorte para que se encontre quem goste das mesmas brincadeiras, das mesmas músicas, tenha os mesmos vícios, e que nos faça sentir que aquele é o único sítio onde iamos querer estar. É preciso mudar por três meses para ser feliz, para o estâse, para a paixão e o sonho. Para a realidade invulgar.
Óbvio que o bom tempo ajudou. Com tempo quente, e idade tenra, a locura é provável senão quase certa.
E como qualquer rapaz gosta de um momento louco de vez em quando, o Verão são as nossas sete quintas. O nosso paraíso, a nossa espectativa, porque já ando a fazer planos para o Verão de 2011.
E pronto, foi a mudança que me propocionou a loucura da época balnear deste ano.
Há que evoluir para chegar à perfeição. Para evoluir à que mudar. Para mudar à que querer, logo para alcançar a perfeição, à que a cima de tudo querer alcança-la. Pensei nisso. Talvez não estaja assim tanto frio em Novembro... Pronto, a praia não vai poder ser, mas a disposição não traz inconvenientes.

Finalizo e lembro aqui uma serie de momentos que me marcaram. Não sei se me fizeram bem ou mal, mas qualquer coisa fizeram senão não me daria ao trabalho de escrever este texto.
Poetanto, obrigado pelos passeios de kayak, ao amanhecer, ou à tarde.
Obrigado pela sessão nocturna de praia que era uma constante na minha semana.
Obrigado pelos cravados e pelos dados,
Obrigado pelas tardes de cartas,
Pelo bar e pelo pão, e até pela rua dos cafés.
Obrigado ao Sporting por ter ganho ao Brondby,
Obrigado ao dono do tractor que alisava a praia, pelas boleias
Obrigado pelas conversas e parvoices, e pelos vinte cent que me pagavam por cigarro.
E pelos serviços de ama-seca para com a minha irmã. Ignorem os dois últimos que foi uma gracinha.
Obrigado a todos
Obrigado, meu querido mês de Agosto

Nome

Canis lupus sp. para quem nunca ouviu falar é referente aos vulgarmente designados canídeos. No caso deste blog, é em especial para os lobos, mas como à imensas especies diferentes dentro do genero, tive dificuldade em especificar, não quis tomar partidos.
O porquê deste título é que já é outro interesse.
Inicialmente, quando comecei a criar este espaço, não estava certo de que nome lhe haveria de dar. Após a recolha de sugestões cá em casa sobravam dois nomes possíveis. Periplaneta Americana sp.(barata) ou Canis lupus sp.(lobo) Linaeus 1758. Foi a partir destes dois nomes que a decisão se complicou. Procurava algo nobre e lutador, uma mistura entre o sobrevivente e o não louco.
 Mais uma vez, para quem não sabia, as baratas são parcialmente imunes à radiação, pelo que seriam as sobreviventes se nós, raça humana, decidissemos por ventura pôr em acção as descobertas que o conhecimento fez no campo militar, relativo às forças nucleares. Portanto, com sobreviventes e nobres, e com a óbvia dedução que os nobres neste caso superam os sobreviventes, nem que seja em tamanho optei pelos lobos.
No entanto, este não foi o único motivo.
Os lobos, em ambiente selvagem têm uma sociedade em que a hierárquia é bastante semelhante à nossa.
Vivem em grupo assim como nós.
Trabalham em grupo por vezes como nós, mas nós cada vez menos como eles.
Têm um líder, o mais forte. Este mesmo líder, que conduz as caçadas fica com a melhor parte da presa, o coração e o fígado. Tal como nós, os governantes têm os seus maravilhosos ordenados de cinco, seis, ou sete dígitos, mas depois a população em geral, muitas vezes não chega a passar dos três dígitos. E como se ainda não chegasse, também os altos postos do governo nos corroem o coração aos poucos, de forma indirecta. Isto é como quem diz, dão aos contribuintes vinte ou mais horas de tabalho semanal, nos melhores dos casos.
Se esse tempo nos chegasse para todo o dever que nos dão, não era assim tão mau. Mas a essas mínimas vinte horas, juntam-se as coisas que têm de ser feitas para que esteja tudo pronto a tempo e horas. A este ritmo chegamos à hora de jantar e todo o nosso exercíco mental durante o dia serviu apenas para nos mecanizar mais para aquilo que é o trabalho habitual, repetitivo e semelhante todos os dias.
Ora bem, e agora vamos pensar, quanto tempo nos deram para ter uma ideia? Não muito de facto. Filosofia é para quem tem de ir as aulas, ou não tem mais nada que fazer. Criatividade é para quem dela vive ou para os desempregados. E como quem dela vive, são muito poucos, e quem não tem que fazer, não cria, não imagina, não procura evolução, porque não tem paciência para estar a esforçar a cabeça a ter ideias. O mundo anda à vontade e prazer dos grandes milionários e chefes de estado que usam essa criatividade mas nem sempre a usam da melhor maneira. Ou da mais justa.
Ok, já estou a divagar. Já chega de desabafos por hoje que se está a fazer tarde.
E como o normal das pessoas, tenho de me deitar cedo porque amanhã, logo pela manhã, me espera um dia de estudo sobre planos e rectas e blá blá blá.
Só mais uma última coisa.
Acabando a conversa dos lobos, é possivel derrubar o líder quando a alcateia não está satisfeita, o que por vezes acontece. E tudo se dá do seguinte modo. Um outro lobo desafia o macho alfa para um "duelo" e o resto da alcateia toma partido de um ou de outro. Mesmo que o macho alfa tenha mais força não vence uma alcateia de lobos enrraivecidos que se uniram para o destituir, com animais selvagens em fúria não se brinca. Com os homens é a mesma coisa talvez nos falte é um pouco de coragem, de atitude, de força. Talvez nos falte o ser selvagem por vezes. Não estou aqui a tentar pregar uma anarquia, só o digo porque sei que  "o povo únido, jamais será vencido", porque será que nos falta a coragem de nos unir e lutar contra aquilo que vemos como errado?
Reage, outro mundo é possivel.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Ideia inícial

A ideia de começar a "blogar" nasceu na aula de moral. Ideia do professor, que após o breve elogio à minha semi-filosofia de vida e à crítica relativa à forma como o nosso querido sistema educacional gere a educação, sugeriu que tentasse fazer algo mais construtivo.    Sistema educacional que de preocupado que é, canaliza todas as nossas atenções não para a iniciativa, mas para obrigação, o que a maior parte da vezes não  será propriamente iniciativa (usando já das minhas palavras). Então para me soltar um bocado das amarras dos comportamentos rotineiros e padronizados decidi aceitar a sugestão. Portanto aqui estou a escrever uma data de ideias mal emparelhadas para quem não tiver mais nada para fazer, e, me quiser ler por uns breves minutos antes de se fartar (o que certamente não levará muito tempo), porque o tempo escasseia para todo e qualquer um, que viva a maior parte do tempo, a cumprir as suas responsabilidades diárias. A de ir trabalhar, ou à escola, de ver o benfica às sextas ou sábados, ou simplesmente, tenha a responsabilidade para consigo, de tirar o resto do dia para estar a "fazer nada". 
Portanto, para acabar esta introdução, aviso desde já que, se alguém achar que isto foi uma boa ideia que não perca entusiasmo, por eu não saber com que frequência virei aqui publicar novos textos (ou o que quer que seja); porque apesar da minha tentativa de libertação do sistema, a minha vida terá de continuar, ao típico ritmo estonteante da idade estudantil.
Caso não fiquem entusiasmados, espero que ninguém sinta que foi uma seca ler isto e que só perderam tempo. 
Se se der este segundo caso tenhão a gentileza de não me dizer que, só escrevo parvoices e, que não faço sentido.
Obrigado ao professor, a mim e para quem mais isto servir.

Okk, o primeiro texto não está nada demais mas prometo que o segundo será melhor.