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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Para a minha mãe

Ela,
A mulher da minha vida, Sol de Inverno, bancos de areia no rio, os mantos basaltos que sustentam todos os meus oceanos, as conversas que não acabam quando o meu sono não vem, a minha escrita que se mantém no oculto, o espelho que refletiu tantas vezes a força que tive de ter, o Amor que durará para sempre, músicas de amor, ainda que indirectamente. Nunca esperou nada em troca, e sei que assim será sempre.
Ela define a perfeição aplicada à forma humana desde o primeiro dia. É fortaleza, é lar, é tesouro.
Dádiva divina ou simplesmente o mais maravilhoso acaso desde o aparecimento da vida na Terra. Aquele sorriso que seca qualquer lágrima, a lágrima voluntária que apaga qualquer mágoa que me queime. A preocupação que me descansa e liberdade que admiro. 
Será a maior declaração que alguma vez fiz, o meu maior paragrafo, a minha maior vitória, o meu maior legado, a mais bela de todas as mulheres no universo. Com 15, 50 ou 90 anos sei que continuará a ser a beleza que ilumina as minhas manhãs, as minhas histórias, a minha imaginação.
É o texto que mais senti até hoje. Escreveu-me dos pés à cabeça, Torna cada dia no céu, o sorriso repetido na minha cara. O amor que dou, e que ela um dia me deu a mim.
Personificou o bem, sempre, sem falhar. Alimentou corpo e alma sem arrependimento, protegeu de todas as invasões, foi castelo no deserto, batalhou por mim mais vezes do que as que sei contar. Ganhou sempre por mim, sempre, que é tão pouco ao pé dela. Lembrarei até o dia em que morrer das vezes que fingindo dormir te ouvi dares-me as boas noites. Todas as vontades, quando podias e não podias. Quando o esforço que fazes para me ver sorrir faz pouco da força dos deuses. O nascer e o pôr-do-Sol. A vida que de nenhuma outra forma teria. O respeito que sonho para todos. Não terei nunca pulmões para gritar o quanto te amo. Escrevo hoje o que lembrarei todos os dias.
Ela que detesta ser tratada na terceira pessoa. e me diz sempre que me distraio e me sai um "ela" e me repete com o maior sorriso de irritação e carinho: "não é ela, é mãe".

Obrigado


2 comentários:

  1. Muito bonito e eu sei que é merecido.
    João

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  2. É por textos como este que eu te peço que nunca deixes de escrever, meu irmãozinho. Tenho saudades...

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