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sábado, 25 de agosto de 2012

Shhhh.......

Alto, bem alto. Espreito a Lua, semicheia.
A almofada vazia, leito abandonado, sabe o tempo por quanto tempo.
Talvez nunca lhe tenham desfeito o espanto dos lençóis por abrir. Talvez nunca lhe tenham explicado que nem todos os sonhos se descobrem e vivem durante o sono.

De caneta na mão, relógio parado e olhos vermelhos sonho cada linha de mais uma noite de histórias fantásticas, contadas entre a tinta e o silêncio.
Sim, o silêncio conta histórias, tantas vezes mais maravilhosas e elouquentes do que as que enchem os livros de lendas. Silêncio é Grimm no quarto crescente e em todas as noites.
Formidável, como entre pausas mudas dança o que em mim desconheço. Num sorriso que nunca ninguém há-de conhecer.
Entre o estalar do soalho e o eventual carro a cruzar a rua, o chão cobre-se de ciano ou carmesim, as paredes pintam-se de árvores, ou somem na aridez desértica do clima Sahariano. O ar torna bruma, que no tempo destilado me leva a Camelot, El Dourado, Atlântida, Shangri Lá.
E a Lua e eu entretidos descobrimos as mil e uma noites que nem a tinta nem o sono puderam contar.

Quando, cansado de cantar, se vai com o trinar dos torninhos, volto à cama. Pronto para me desiludir pelos sonhos do sono. Porque já é cedo demais para sonhar sem dormir.

Até logo...

07.04.2012

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